Foto: Divulgação / Arquivo Geral

USP vai reunir pesquisadores em balanço cultural sobre Modernismo

Inscrições de mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos vão até 14 de abril; evento acontecerá entre 3 e 7 de julho no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade

20/03/2023

Crisley Santana

Em discussões sobre o Modernismo o mais comum é ouvir sobre a Semana de Arte Moderna, realizada entre 13 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal da cidade de São Paulo; sobre Mário e Oswald de Andrade na literatura, e Heitor Villa Lobos na música, por exemplo. O que está além do protagonismo, porém, é a razão da busca por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento em evento no Instituto de Estudos de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, em São Paulo. 

A Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA)  Modernismo: Disputas em torno do Moderno e de Projetos de Nação foi pensada, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), para discutir os pormenores do movimento que segue gerando debates. Entre 3 e 7 de julho, palestras e quadros culturais vão refletir as representações modernistas na Universidade.

“O objetivo é pensar o Modernismo com uma perspectiva que envolve política, arte, literatura, educação e cultura em uma visão mais abrangente e interdisciplinar”, disse o professor Marcos Moraes, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, que coordena o projeto. 

A conferência quer reunir mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos em torno de temas como educação, arte, política e literatura no Modernismo. O edital de participação selecionará 100 pesquisadores que tenham ou estejam desenvolvendo pesquisa relacionada ao tema. Os interessados devem se inscrever por meio do formulário on-line até 14 de abril e os resultados serão divulgados no dia 21 do mesmo mês.

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Marcos Moraes, professor que coordena a Escola São Paulo de Ciência Avançada sobre Modernismo - Foto: Arquivo pessoal

É preciso encaminhar documentos como currículo, modelo Lattes-CNPq; carta de interesse; histórico escolar acadêmico e carta de recomendação do orientador ou do supervisor de pesquisa, caso o estudo esteja sendo desenvolvido. Informações mais detalhadas estão neste link.

A programação já conta com a participação de professores de diversas áreas do conhecimento. “O professor Pedro Meira Monteiro, da Universidade de Princeton, por exemplo, vai falar sobre a relação entre o Modernismo e Emicida. A escolha do Teatro Municipal para fazer Amarelo não foi à toa”, comentou Moraes. “Interessante pensar em como ele buscou Mário de Andrade como referência de uma história que vai ser retomada para modificar o tempo presente. É a história como semente do futuro.”

Instituto de Estudos Brasileiros vai sediar a Escola São Paulo de Ciência Avançada sobre o Modernismo - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Haverá a presença das professoras de educação Cynthia Greive Veiga, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Diana Vidal, da Faculdade de Educação (FE) da USP e coordenadora do Ciclo22, para comentar sobre como e por quem o movimento foi construído, tendo em vista que o País era constituído por maioria analfabeta nos anos 1920.

Ainda do IEB, a professora Flávia Toni comentará a formação da identidade brasileira a partir da cultura, enquanto a professora Ana Paula Cavalcanti discutirá a participação das mulheres nesse processo.

Lígia Fonseca Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por sua vez, trará contribuições acerca dos aspectos raciais do movimento. 

O professor Moraes destacou ainda a participação de João Cezar de Castro Rocha, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), colaborando com a discussão sobre os diferentes segmentos políticos que atravessaram o Modernismo em busca de uma definição de Brasil; Carlos Sandroni, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que discutirá a música da perspectiva folclórica, fazendo como Villa-Lobos uma mistura entre erudito e popular. 

As artes visuais serão pensadas por Rafael Cardoso, presente na conferência 1922: Modernismos em Debate, que aconteceu no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP. Do mesmo museu também haverá a participação do professor Felipe Soeiro Chaimovich. 

“Nos interessa muito pouco pensar questões comuns do Modernismo, como Rio-São Paulo e a Semana de Arte Moderna. Isso diz muito sobre nossa cultura e sobre interesses que valorizam grupos que querem mostrar protagonismo. Mais do que pensar sobre essas figuras individuais ou locais, queremos pensar todo um processo”, afirmou Marcos Moraes. 

Dúvidas devem ser encaminhadas para o e-mail espca.ieb@usp.br. Confira mais informações sobre a ESPCA no link do projeto: sites.usp.br/ieb-espca-modernismo/ 

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