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No dia 28 de junho (segunda-feira), das 18h às 21h15, acontece o quarto encontro do ciclo 1922: modernismos em debate, organizado pelo Instituto Moreira Salles, pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP e pela Pinacoteca de São Paulo. Online e gratuito, o ciclo promove debates mensais, até dezembro, sobre a Semana de Arte Moderna de 1922. O objetivo é realizar uma revisão crítica da Semana, contextualizando-a historicamente e examinando manifestações consideradas inovadoras em outras partes do país. Todas as atividades são transmitidas ao vivo nos canais de YouTube e Facebook das três instituições.
O encontro no dia 28 de junho inclui duas mesas com pesquisadores e curadores sobre o tema “O popular como questão”. A primeira mesa acontece às 18h com Ana Maria Belluzzo (USP). A pesquisadora questionará a separação entre arte popular e arte culta, tratando do conceito de arte primitiva e do modo como este foi interpretado pelas gerações modernistas no Brasil.
Em seguida, às 18h30, Roberto Conduru (SMU/Dallas) analisa como as culturas africanas e afro-brasileiras foram cruciais para a modernização artística no Brasil, entre o final do século XIX e meados do século XX. Após as duas argumentações, o debate iniciará com mediação da curadora da Pinacoteca, Fernanda Pitta.
A segunda mesa começa às 19h45 com Clarissa Diniz (Museu Nacional, UFRJ). A palestrante buscará articular perspectivas sobre o modo como Gilberto Freyre e Mário de Andrade fizeram uso de diferentes ideias de “tradição” para operar seus projetos de modernidade e de historicidade. Diniz mostrará como a ideia de tradição esteve em disputa durante o modernismo brasileiro.
Em seguida, Raphael Fonseca, professor do Colégio Pedro II, analisará peças cinematográficas e musicais protagonizadas por Carmen Miranda (1909-1955), com o objetivo de refletir sobre as relações entre “moderno” e “popular”. A presença da artista será enplorada como uma forma de apropriação cultural e disseminação de certos imaginários sobre o Brasil e os trópicos no Norte do globo, em especial nos Estados Unidos. O pesquisador também abordará como uma geração jovem de artistas visuais e da música recodificam o estatuto de ícone da cantora. Após as duas apresentações, o debate se iniciará com a mediação do curador da Pinacoteca José Augusto Ribeiro.
Sobre o ciclo 1922: modernismos em debate
Realizado online entre março e dezembro de 2021, o ciclo de encontros tem o objetivo de promover uma revisão crítica da Semana de Arte Moderna de 1922. Os debates são realizados uma vez ao mês e terão a presença de 41 convidados. Participam pesquisadores de diferentes estados, com o objetivo de comparar pontos de vistas, ampliar o conceito de modernismo e discutir as especificidades dos diversos movimentos que despontaram no Brasil entre os anos 1920 e 1940. Além de reunir especialistas em arte moderna, participam artistas contemporâneos, que discutirão o teor ideológico presente na representação de corpos negres e indígenas nas obras do período. O seminário acontece no ano anterior ao do centenário da Semana de Arte Moderna justamente para nutrir as pesquisas das três instituições para 2022, quando todas farão eventos em torno da efeméride. 1922: modernismos em debate é organizado por Ana Gonçalves Magalhães (MAC USP), Fernanda Pitta (Pinacoteca), Heloisa Espada (IMS), Horrana de Kássia Santoz (Pinacoteca), Helouise Costa (MAC USP) e Valéria Piccoli (Pinacoteca).
As mesas passadas do encontro estão disponíveis nos canais do youtube das três instituições responsáveis. Há interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais) nos vídeos.
Programação do próximo encontro
O popular como questão – 28 de junho (segunda-feira), das 18h às 21h15
18h | Arte culta e arte popular | Ana Maria Belluzzo (USP)
18h30 | O agente preto como fator da modernização brasileira | Roberto Conduru (SMU/Dallas)
19h | Debate
Mediação: Fernanda Pitta (Pinacoteca)
19h45 | Tradições em disputa | Clarissa Diniz (Museu Nacional, UFRJ):
20h15 | Eu sou do camarão ensopadinho com chuchu: Carmen Miranda, cultura pop e alguns fantasmas | Raphael Fonseca
20h45 | Debate
Mediação: José Augusto Ribeiro (Pinacoteca)
Sobre os debatedores
Ana Maria Belluzzo
Livre-docente e professora titular de história da arte da FAU-USP. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte e do Comitê Internacional de História da Arte. Coordenou o comitê brasileiro do projeto Documents of 20th Century of Latin American and Latino Art, do Center for the Arts of the Americas do Museum of Fine Arts, Houston. Atua como crítica, pesquisadora e curadora independente. Autora de O Brasil dos viajantes (1994) e Modernidade: vanguardas artísticas na América Latina (1990).
Roberto Conduru: Historiador da arte, é professor na Southern Methodist University.
Clarissa Diniz: Graduada em artes pela UFPE, mestra em história da arte pela Uerj e doutoranda em antropologia pela UFRJ, foi editora da revista Tatuí. Além de alguns livros publicados, tem textos incluídos em revistas e coletâneas sobre arte e crítica de arte, como Artes visuais – Coleção ensaios brasileiros contemporâneos (2017), Arte, censura, liberdade (2018) e Amérique Latine: arts et combats (2020). Desenvolve curadorias desde 2008 e, entre 2013 e 2018, atuou no Museu de Arte do Rio.
Raphael Fonseca: Pesquisa a interseção entre curadoria, história da arte, crítica e educação. Doutor em crítica e história da arte pela Uerj, é professor do Colégio Pedro II. Foi curador do MAC Niterói (2017-2020). Entre suas exposições, destacam-se Vaivém (CCBB SP, DF, RJ e MG, 2019-2020) e Água mole, pedra dura (1a Bienal do Barro de Caruaru, 2014).
Próximos encontros
26 de julho – Outras centralidades
30 de agosto – Artes indígenas: apropriação e apagamento
27 de setembro – Fotografia e cinema
25 de outubro – Artes do cotidiano
29 de novembro – Políticas do Modernismo
13 de dezembro – Futuro e passado: legados para o patrimônio