Abstração e informalismo depois de 1945: de Pedrosa e Greenberg à Nova Prosa de Haroldo de Campos

Tese de Doutorado: Abstração e informalismo depois de 1945: de Pedrosa e Greenberg à Nova Prosa de Haroldo de Campos

Autor(a): Jorge Andrés Manzi Cembrano

Ano: 2019

Orientador(a):  Jorge Mattos Brito de Almeida

Unidade da USP: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)

Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.8.2019.tde-30072019-123804 

Resumo: 

Este estudo tem como objetivo interpretar o sentido de debates, obras e projetos artísticos que tiveram lugar no Brasil e nos Estados Unidos durante as décadas que se seguiram a 1945. A Primeira Parte, centrada na década de 1950, apresenta o ciclo da abstração artística, tanto em sua versão geométrica (brasileira) quanto em sua versão informalista (estadunidense). Comparamos esses casos seguindo a pista das teorias do modernismo de Clement Greenberg e Mário Pedrosa, com ênfase na noção de abstração que deriva delas. No que diz respeito à produção artística, destacamos o informalismo praticado por Jackson Pollock e as contradições da prosa juvenil de Haroldo de Campos. Argumentamos que tanto o movimento brasileiro quanto o estadunidense podem ser entendidos como manifestações desiguais do que Fredric Jameson chamou de modernismo tardio. Na Segunda Parte, centrada na década de 1960, discute-se um segundo momento histórico-artístico, que chamamos aqui de “semi-abstração” ou “abstração expandida, gerado pela crise do ciclo anterior: um momento em que, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, artistas formados no movimento abstrato dos anos 50 reorientaram seus projetos para a vida cotidiana. Para estudá-lo, selecionamos e comentamos três projetos de caráter serial: os Silkscreen Paintings de Robert Rauschenberg [1962-64]; os primeiros Bólides de Hélio Oiticica [1963-65]; e Galáxias de Haroldo de Campos [1963-1976]. O fio condutor da tese foi a pergunta pela origem e pelos desdobramentos de um importante princípio artístico do período pós-1945: um manejo informalista ou aberto elaborado a partir de concepções e sensibilidades abstratas. Perseguimos esse manejo informalista desde a sua formalização original no trabalho de Pollock até seus desdobramentos na nova prosa de Haroldo de Campos (Galáxias). Em seu nível mais geral, esta tese foi concebida e projetada como uma possível plataforma para estudos de literatura comparada nas Américas, do período pós-1945, com foco nas estéticas construtivo-modernistas.

Palavras-chave: Arte abstrato; Estudos pós-1945; Haroldo de Campos; Informalismo; Literatura comparada; Modernismo tardio.

Fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP