Encontros trazem discussões sobre o legado da Semana de 22

Eventos promovidos pela Escola de Comunicações e Artes da USP começam na segunda-feira, dia 21, às 19 horas
Fotomontagem com pinturas modernistas – Arte: Ana Júlia Maciel/Jornal da USP

.
O legado da Semana de Arte Moderna de 1922, a visão dos artistas modernistas sobre gênero e raça e análises contemporâneas sobre o evento que introduziu o Modernismo no Brasil. Essas são algumas questões que serão abordadas no ciclo de encontros A (Des)Construção Social da Semana de Arte Moderna e Sua Atualidade Cem Anos Depois, que a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP realiza a partir da próxima segunda-feira, dia 21, e que se estenderá até 4 abril, em encontros quinzenais, com transmissão ao vivo pelo canal da ECA no Youtube (leia abaixo a programação completa do ciclo).

“Os encontros vão abordar estudos mais recentes, ligados a temas atuais, como decolonialismo, gênero, movimentos identitários e relações de classe, que reinterpretam documentos de época – textos jornalísticos, relatos pessoais e testemunhos, correspondência etc. – e vão apresentar novas abordagens para entender a importância atribuída ao evento centenário”, segundo nota publicada no site da ECA. “Estudantes, pesquisadores e professores de ensino médio estão convidados a refletir criticamente sobre o legado da Semana de Arte Moderna, realizada na cidade de São Paulo em 1922 e que ficou conhecida como ‘marco fundante’ do movimento modernista no Brasil.

A Semana de Arte Moderna teria sido responsável por “aguçar o foco no entendimento da arte de vanguarda praticada em outros países, principalmente na Europa, e por gerar acelerada mudança no modo de produção artística vigente no Brasil até a segunda década do século 20”, afirma o professor Ferdinando Crepalde Martins, do Departamento de Comunicações e Artes da ECA, que coordena o ciclo, em parceria com o sociólogo Maurício Trindade, gerente adjunto do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc.

Segundo os organizadores, o ciclo busca “identificar as tensões – disputas, embates, lutas, constrangimentos – que demarcam o estudo sobre o Modernismo brasileiro, procurando sublinhar as condições sociais de produção dessas tensões, sem perder de vista o móvel que as dinamiza: a busca, entre os participantes do campo artístico e intelectual, pelo monopólio do direito de impor a definição do que foi a Semana de Arte Moderna e o Modernismo brasileiro”, ainda de acordo com o site da ECA.

O ciclo de encontros A (Des)Construção Social da Semana de Arte Moderna e Sua Atualidade Cem Anos Depois, promovido pela Comissão de Cultura e Extensão da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, acontece nos dias 21 de fevereiro, 7 e 21 de março e 4 de abril de 2022, sempre das 19 às 21 horas, com transmissão ao vivo pelo canal da ECA no Youtube. Os 30 primeiros inscritos poderão participar do encontro na sala virtual com os professores e terão direito a atestado de participação. Clique e acesse o formulário de inscrição.

 

Fotomontagem com artistas modernistas: Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Heitor Villa-Lobos e Mário de Andrade – Arte: Jornal da USP

Reflexões sobre o Modernismo hoje

Confira a seguir a programação completa do ciclo de encontros A (Des)Construção Social da Semana de Arte Moderna e Sua Atualidade Cem Anos Depois, organizado pela Comissão de Cultura e Extensão da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
.
Encontro 1: dia 21 de fevereiro de 2022, às 19 horas
.

Por que celebrar a Semana de 22?
Antecedentes da Semana de Arte Moderna
A elite política e econômica paulista (PRP, mecenato privado, empresariado “cultural”, imprensa etc.)
Entradas da vanguarda europeia no Brasil
Imprensa e artes plásticas
Lasar Segall e Anita Malfatti
O “grupo dos hominhos”

Encontro 2: dia 7 de março de 2022, às 19 horas

Como foi a Semana de Arte Moderna

Relatos e repercussão (pró e contra)
Encontro 3: dia 21 de março de 2022, às 19 horas
A construção histórica da Semana de Arte Moderna
Mário de Andrade (conferência de 1942)
Oswald de Andrade
Alceu Amoroso Lima
Antonio Candido
Haroldo de Campos
Caminhos da pesquisa acadêmica
Comemorações da Semana de Arte Moderna ao longo do tempo

Encontro 4: dia 4 de abril de 2022, às 19 horas

Da Semana de Arte Moderna às comemorações do 4º Centenário
As elites e a organização da cultura na Semana de 22 e no 4º Centenário
A influência estrangeira nos dois momentos
A autoria nacional
Heranças e rupturas

Encerramento: dia 4 de abril de 2022, às 19 horas

O legado da Semana de Arte Moderna
Questões e tensões acerca do legado da Semana
A questão do revisionismo
Do moderno ao contemporâneo
A cultura popular pós-Semana de 22
O teatro que (não) estava ausente

.
Texto: Jornal da USP