Editora da USP lança o livro “Mulheres Modernistas”

Obra relata como Anita Malfatti e Tarsila do Amaral protagonizaram o modernismo nacional em contraste a outras brasileiras e a artistas de grandes centros globais
Trecho da capa do livro Mulheres Modernistas – Foto: Divulgação/Edusp

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A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) lança nesta terça, dia 3 de maio, o livro Mulheres Modernistas: Estratégias de Consagração na Arte Brasileira, de Ana Paula Cavalcanti Simioni, que discute os paradigmas da historiografia da arte feminista ao trazer como referência duas artistas, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. O evento será na Livraria Martins Fontes Paulista, na avenida Paulista, 509, em São Paulo.

O livro é fruto de pesquisas da socióloga Ana Paula Cavalcanti Simioni e busca mostrar as relações no meio modernista em grandes centros artísticos, praticamente excludente para mulheres, mas que se mostrou diferente para o caso das duas brasileiras consideradas protagonistas. Tarsila e Anita quebraram esse paradigma global de que a artista feminina era ignorada, para ser reconhecida tardiamente.

Cabe dizer que ambas ocuparam um lugar central na narrativa da vanguarda brasileira, perderam um pouco de espaço durante o Estado Novo e voltaram a ser reconhecidas posteriormente. Mesmo assim, Simioni busca mostrar quais são as características próprias da trajetória das pintoras que as colocaram nessa posição de protagonismo no modernismo.

A autora mostra que as mulheres tinham dificuldades não apenas de serem reconhecidas, mas de transitar nos círculos relacionados ao meio artístico. Por isso, debate como Tarsila e Anita obtiveram destaque no modernismo brasileiro e quais estratégias usaram.

Anita foi reconhecida por introduzir o expressionismo no país e Tarsila, por ser um emblema do cubismo de características nacionais. Simioni mostra como os casos de ambas contrastam com o de Regina Gomide Graz, que trabalhava com decoração de interiores e artes têxteis, atividade considerada “feminina”, em colaboração com o marido, John Graz. Gomide Graz foi enquadrada pela literatura acadêmica em posição secundária e como colaboradora, e não como autora.

Um dos caminhos seguidos pela autora da obra é cruzar as perspectivas feministas com contribuições da nova corrente metodológica representada pelo historiador polonês Piotr Piotrowski. Para ele, a análise da arte moderna é feita verticalmente, dos grandes centros para o mundo periférico. Simioni e Piotrowski seguem a linha de que a observação precisa ser horizontalizada e considerar conceitos distintos da geografia crítica, como gênero, grupos étnicos e subculturas, entre outros.

A autora
Ana Paula Cavalcanti Simioni é professora associada da USP e integrante do Institut d´Études Avancés de Nantes (2021-2024). Graduada em ciências sociais pela USP (1994), fez mestrado (1999) e doutorado em sociologia (2004) pela mesma instituição, com doutorado-sandwich na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris (2002).

Trecho da capa do livro Mulheres Modernistas – Foto: Divulgação/Edusp

Desde 2009, Simioni é docente do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, como professora orientadora do programa “Culturas e Identidades Brasileiras”. Ela concluiu em 2018 a livre docência sobre “Mulheres Modernistas: estratégias de consagração na arte brasileira”. Tem experiência na área de sociologia da arte e da cultura, principalmente nos temas arte e gênero, mulheres artistas, além de memórias e arquivos femininos.

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SERVIÇO:
Lançamento do livro “Mulheres Modernistas: Estratégias de Consagração na Arte Brasileira”, de Ana Paula Cavalcanti Simioni
Quando: às 18 horas do dia 3 de maio (terça-feira)
Onde: Livraria Martins Fontes Paulista, na avenida Paulista, 509 — piso mezanino
Informações: 11 2167-9900

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Texto: Ex-Libris Comunicação Integrada

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