Artigo: Protegemos quando valorizamos: história da legislação florestal brasileira

Autoria: Paulo Eduardo dos Santos Massoca; Eduardo Sonnewend Brondízio

Resumo: Examinamos narrativas sobre os valores de árvores e florestas nas leis brasileiras desde o século XVI. Progressivamente, um conjunto mais abrangente de valores associados a florestas vem sendo traduzido em regulamentações mais rigorosas e inclusivas. Além de proteger árvores e florestas por seus recursos madeireiros e não madeireiros (contribuições materiais), instrumentos legais adotaram definições e regras mais rígidas reconhecendo suas contribuições reguladoras (conservação dos solos, regulação dos regimes hídricos e mitigação das mudanças climáticas) e não materiais (significados espiritual, cultural e simbólico) para a sociedade. Tais avanços coevoluíram com interesses fundiários e narrativas opostas às florestas e aos povos indígenas e tradicionais. Continuamente, grupos de interesse resgatam narrativas ultrapassadas para retratar florestas como terras improdutivas que obstruem atividades setoriais relacionadas à agricultura, mineração e infraestrutura, gerando conflitos socioambientais e a erosão da governança ambiental. A história revela um passado de contrarreações à degradação florestal resultando em avanços e novas possibilidades de desenvolvimento socioambiental das quais o futuro da Amazônia brasileira depende.

Palavras-chave: Legislação florestal; Contribuições da natureza para as pessoas; História ambiental; Valores da floresta; Florestas do Brasil; Serviços ambientais

Revista Estudos Avançados USP

Link para pesquisa: https://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142022000300183&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

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