Autor(a): Cesar Augusto de Almeida
Ano: 2022
Orientador(a): Simone da Costa Mello
Unidade da USP: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-13122022-124502/pt-br.php
Resumo: A espécie de vírus Tomato mottle mosaic virus (ToMMV) pertencente ao gênero Tobamovirus foi recém identificada no Brasil, e apenas um gene conhecido é capaz de expressar caráter de resistência em genótipos comerciais de tomate. Portanto, é necessário identificar novas fontes de resistência genética ao ToMMV para reduzir o risco da dependência de apenas um gene que pode ser superado pelo vírus e para aumentar a segurança dos sistemas de produção de tomate. Neste sentido, o presente trabalho objetivou identificar linhagens de tomate que apresentem resistência ao ToMMV através da confirmação em plantas diferenciadoras, utilizar marcadores moleculares para descartar linhagens com resistência por genes conhecidos e estudo de herança de um novo gene de resistência ao ToMMV identificado para orientar a transferência para híbridos comerciais. Inicialmente, 250 linhagens de tomate da detentora Sakata Seed Sudamerica Ltda. foram inoculadas mecanicamente com ToMMV previamente isolado, identificado e multiplicado em plantas de N. tabacum cultivar “TNN”. Destas linhagens, 11 não expressaram sintomas após inoculação e 7 foram confirmadas como resistentes por plantas diferenciadoras de N. tabacum cultivar Xanthii. Estas plantas foram novamente cultivadas e foram extraídos extratos foliares que foram levados ao laboratório de Biotecnologia da Sakata Seed Sudamerica Ltda., onde foram realizados os testes com marcadores moleculares através de RT-PCR para o gene Tm-1 e PCR por CAPS para os genes Tm-2 e Tm-22. Nesta etapa foi reconhecida uma linhagem selvagem (Solanum pinnellii) identificada com o número 11188 que apresentou resistência ao ToMMV, porém sem expressar os genes já conhecidos. Tal material foi utilizado para o estudo de herança genética e foi realizada a hibridação entre o material genético 11188 que é resistente ao vírus e 8163 que é utilizado nos programas de melhoramento da Sakata e é suscetível ao vírus. Foram obtidas as gerações F1, F2, RC1 e RC2, os quais foram inoculados e avaliados quanto a sua resistência ao ToMMV através de plantas diferenciadoras. Foram testadas duas proposições de controle genético, sendo a primeira de um gene com interação alélica de dominância e a segunda de dois genes com interação não alélica de epistasia. Ao realizar o teste de χ2 com os dados observados, o resultado apontou para que é plausível o controle genético com dois genes e epistasia, porém, devido a outras possibilidades de controle genético existentes não se pode confirmar se este é a forma de controle do fenótipo. Então, o futuro deste trabalho é o aumento do número de testes de proposições e o teste da terceira geração filial (F3) para deixar o teste de hipóteses mais robusto. O próximo passo deste trabalho é o desenvolvimento de marcadores moleculares para a identificação precoce do gene de resistência nos programas de melhoramento genético.
Fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP.